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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Atrações gratuitas no Natal em Cores

Evento conta com 12 dias de programação

repletos de apresentações artísticas





A proposta do Natal em Cores sempre foi a de ser um presente para a comunidade, tanto para os moradores de Nova Petrópolis quanto para os turistas que visitam a cidade no final do ano. Prova disso é o fato de que todas as atrações terão acesso gratuitamente e realizadas ao ar livre, na Praça das Flores, dentre elas destacam-se os shows das estrelas da Jovem Guarda Wanderlea, Vanusa e Wanderley Cardoso, que será realizado na abertura do evento, além das apresentações de Kleiton e Kledir, Família Lima e Família Fagundes. A programação incluiu também artistas locais de destaque que muito tem sido muito aplaudidos e que mostram que a cada ano que passa melhor qualificados e estão cada mais aplaudidos, o evento tem como uma das metas valorizar a cultura local e incentivar o seu crescimento.

O orçamento do evento chegou a R$ 303 mil reais esse ano, sendo que a Prefeitura Municipal investiu R$ 160 mil, outros R$ 100 mil foram conseguidos junto ao Ministério do Turismo, R$ 15.000,00 da CORSAN, R$ 5.000,00 da CEEE, 5 R$ mil reais vieram do fundo municipal de turismo, e mais R$ 17 mil tem apoio da lei de incentivo a cultura, com patrocínio da Herval. O evento também é patrocinado pela Sicredi e ACINP, com o apoio do Banco do Brasil e Corag.

Segundo Eloísa Kny, integrante da organização do Natal em Cores, a gratuidade do evento deve servir de estímulo para a comunidade, “Com isso nós queremos incentivar os moradores a participar, enfeitando suas casas e comércios, serve como um incentivo” destacou Eloísa. “É ótimo ter apresentações de graça, isso atrai o público para a Praça e torna mais mágico o evento”, diz a musicista de Nova Petrópolis Sofia Daiana Weber, de 22 anos.

O Natal em Cores segue até o dia 31 de Dezembro com diversas atrações artísticas na Praça das Flores, em caso de chuva, a programação será transferida para o Centro de Eventos da cidade.



Rozangela Allves com Marcelo Moura

Assessora de Comunicacão Nova Petrópolis

www.novapetropolis.rs.gov.br

54-3281-8400

imprensa@novapetropolis.rs.gov.br

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um natal com diversos ritmos



Segundo final de semana do Natal em Cores música
para todos os gostos e idades

Aproximadamente mil pessoas estiveram presentes no centro de eventos de Nova Petrópolis na noite de ontem (domingo 23) para a segunda final de semana do Natal em Cores 2008. As apresentações iniciaram às 20h30min e, por cerca de duas horas, o público assistiu as apresentações do Grupo de Violinos de Nova Petrópolis, Meninas Cantoras de Nova Petrópolis, e interagiu com entusiasmo no show do músico de Novo Hamburgo Mauro Harf.
O Grupo de Violinos de Nova Petrópolis foi a primeira atração da noite. Os 5 membros do grupo, liderados por Fernanda Michaelsen, tocaram temas natalinos como Noite Feliz ao estilo clássico, transmitindo tranqüilidade para a platéia. Em seguida, o palco foi tomado pelas 35 integrantes das Meninas Cantoras de Nova Petrópolis, que esbanjaram talento cantando e fazendo interpretações de canções como Garota de Ipanema, de Tom Jobim, Maria Maria, e Primeira Estrela, de Milton Nascimento.
A última atração da noite foi a do músico Mário Harf. Com músicas comTannenwald e Céu Sol Sul, que compõe seus shows Alles Tchê e Alles Natal, Harf conseguiu envolver o público, independente da idade e do gosto musical. Músico e platéia cantaram juntos as canções Homem de Nazaré e Epitáfio e o público ainda ensaiou e fez uma coreografia na música Se essa rua fosse minha. No final, Harf convidou o público interagir usando balões, terminando sua apresentação com um bonito colorido.
Segundo o aposentado Francisco Maroto, de 60 anos, que veio de Madrid, na Espanha, as apresentações estão belas e diversificadas “Venho todos os anos prestigiar o Natal em Cores, e este ano as atrações estão boas, e as apresentações no Centro de Eventos são melhores”, disse. Para o casal de empresários de Nova Petrópolis, Walmin, de 62 anos e Rosa Lied, de 59, o auditório do Centro de Eventos enriquece o espetáculo “As músicas soam melhor no auditório, e também fica algo mais organizado”, disse Rosa.
De acordo com Eloísa Kny, integrante da comissão organizadora do evento, o segundo dia foi tão bom quanto o primeiro “Conseguimos lotar o auditório outra vez. Estimamos que mais de duas mil pessoas tenham acompanhado os dois primeiros finais de semana do evento”, destacou. No próximo domingo, dia 30 de Novembro, será a grande abertura do natal em Cores 2008, com o show: Natal Anos 60 com a Jovem Guarda (Wanderlea, Vanusa e Wanderlei Cardoso). A apresentação está programada para começar às 20h30min na Praça das Flores, caso de chuva será transferido para o Centro de Eventos de Nova Petrópolis.


Fotos: Miró Machado- Divulgação


Rozangela Allves com Marcelo Moura
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Violinos, vozes e violão no Natal em Cores

Apresentações musicais prometem encantar público na Praça das Flores



O Natal em Cores de Nova Petrópolis entra no segundo final de semana de espetáculos com mais música. No próximo domingo, dia 23, às 20h30, o músico de Novo Hamburgo Mauro Harf, o Grupo de Violinos de Nova Petrópolis e também as Meninas Cantoras de Nova Petrópolis se apresentarão na Praça das Flores, oferecendo ao público encanto e magia em diferentes estilos musicais.

O grupo de violinos de Nova Petrópolis dará início às apresentações, tocando diversos temas natalinos com o toque incomparável da música clássica. Em seguida, o violinista Mauro Harf, que já fez 12 turnês pela Alemanha, fará o show Alles Natal, repleto de músicas conhecidas, tais como Então é Natal, Homem de Nazaré e Epitáfio, dentre outros. E para encerrar a noite, as 35 integrantes do coral Meninas Cantoras de Nova Petrópolis, que já se apresentaram na Argentina e diversos programas de TV subirão ao palco sob a regência da maestrina Agnes Schmeling para entoar canções de natal.

Os espetáculos estão marcados para as 20h30min na Praça das Flores. Em caso de chuva os shows serão realizados no Centro de Eventos da cidade localizado no Bairro Juriti, como já foi feito no primeiro final de semana do evento.

BOX 1

Mauro Harf: Resgatando a cultura com talento

O músico de Novo Hamburgo Mauro Harf, além de ser bacharel em instrumento, professor de música e pós graduado em Folclore e fundador do Grupo Caverá, já excursionou pela Alemanha com 12 turnês com seu Projeto Alles. O projeto, criado em 1989, visa resgatar o legado da imigração Germânica no Rio Grande do Sul através da música. Atualmente, Harf está viajando pelo Rio Grande do Sul com este projeto que contém os shows Alles Natal, e Alles Tchê, que trazem os traços da cultura alemã e gaúcha.



BOX 2

Vozes de Nova Petrópolis pelo Mundo

Composto por 35 integrantes de Nova Petrópolis, com idades entre nove e 20 anos, o coral Meninas Cantoras de Nova Petrópolis, em 10 anos de carreira, acumula apresentações em diversos estados do Brasil, como Santa Catarina e Paraná e até uma apresentação na Argentina. O repertório de canções é bem variado, indo desde o rock até a bossa nova, estilo trabalho durante o ano de 2008 pelo grupo.

Confira as próximas programações:

23 de Novembro – 20h 30min. - Domingo

Festival de Músicas Natalinas:


- Grupo de Violinos de Nova Petrópolis

- Show: Mauro Harf de Novo Hamburgo

- Meninas Cantoras de Nova Petrópolis


30 de Novembro – 20h30 min. – Domingo

Abertura Oficial do Natal em Cores:

- Show de Natal Anos 60 com a Jovem Guarda


Rozangela Allves com apoio de Marcelo Moura

Ass. Imprensa Prefeitura de Nova Petrópolis

54-9185-9272- 3281-8400

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Natal em Cores inicia embalado por boa música



Primeiro dia do evento registrou
público de aproximadamente mil pessoas

O Centro de Eventos de Nova Petrópolis foi palco da primeira apresentação da programação do Natal em Cores 2008 na noite de ontem. O público, estimado em mil pessoas, assistiu à uma 1h40min de muita música, começando com a Orquestra de Sopros de Nova Petrópolis, que foi seguida pela Orquestra de Viola Caipira Sul Rio-Grandense, que se apresentou pela primeira vez em Nova Petrópolis, com músicos oriundos das cidades de Araricá, Nova Hartz, Sapiranga e Novo Hamburgo.
Às 20h30, o pastor da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil) Paulo Sérgio deu início ao espetáculo, lembrando à todos o sentido e a importância do Natal com uma mensagem ecumênica. Logo após, a Orquestra de Sopros de Nova Petrópolis, composta por 25 músicos da cidade e sob a regência do Maestro Leandro Sudbrack, de Dois Irmãos, emocionou a platéia tocando desde temas natalinos até canções de Elvis Presley. A segunda atração da noite foi a Orquestra de Viola Caipira Sul Rio-Grandense, que trouxe 40 integrantes para o palco, apresentaram em seu repertório músicas como Chalana, Menino da Porteira e Querência Amada, arrancando muitos aplausos.
Segundo o coordenador do Natal em Cores, Daniel Camargo, a primeira noite do evento foi um sucesso, “Tivemos um público epressivo e um momento mágico para o inicio do Natal em Cores”, destacou. Já o presidente do Grupo de Viola Sul Rio-Grandense, Remi João da Silva, de 57 anos, elogiou a cidade, agradecendo a oportunidade da apresentação “É um imenso prazer poder apresentar nosso trabalho, que tem apenas três anos, em Nova Petrópolis, fomos muito bem acolhidos e levaremos boas lembranças dessa cidade”, disse.
Inicialmente, as apresentações estavam marcadas para a Praça das Flores, mas devido ao mau tempo, foram transferidas para o auditório de Centro de Eventos, procedimento que será realizado ao longo de todo o Natal em Cores deste ano.
A abertura oficial do evento ocorrerá dia 30 de Novembro, com o show Natal Anos 60, que contará com as estrelas da Jovem Guarda Wanderlea, Vanusa e Wanderley Cardoso, tendo início às 20h30 min. A programação do Natal em Cores vai até o dia 31 de Dezembro, recheada de apresentações artísticas. Para mais informações acesse o site www.novapetropolis.rs.gov.br

Programação:


23 de novembro - 20h 30min – Domingo – Praça das Flores
Festival de Músicas Natalinas:
- Grupo de Violinos de Nova Petrópolis
- Show: Mauro Harf de Novo Hamburgo
- Meninas Cantoras de Nova Petrópolis




Fotos: Miró Machado Publicidade e Casamento

Rozangela Allves com apoio de Marcelo Moura
Ass. Imprensa Prefeitura de Nova Petrópolis
54-9185-9272
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COLETIVA IMPRENSA

COLETIVA IMPRENSA:

30.11 – 16h - Pousada da Neve -Jovem Guarda
12.12- 16h - Hotel Petrópolis -Família Lima
19.12- 16h - Hotel Petrópolis - Kleiton & Kleidir
28.12 – 18h- Hotel Petrópolis - Família Fagundes
Pedimos a gentileza de confirmar a presença.
Atenciosamente,

Rozangela Allves
54-3281-8400
imprensa@novapetopolis.rs.gob.br
roallves@mercatuscomunicacao.com.br

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Prefeitura inicia decoração natalina

Empresários colaboram para montar a decoração

A decoração natalina deste ano em Nova Petrópolis será ampliada na Avenida 15 de Novembro e nos principais pontos turísticos como: Praças, rótulas de acesso à cidade, torre de informação, Parque Aldeia do Imigrante. Nesta semana, operários da Secretaria Municipal de Turismo começaram a instalação dos enfeites e lâmpadas. A Prefeitura investirá neste ano o mesmo montante que investiu no ano passado em torno de R$ 300 mil. Segundo o coordenador do Natal em Cores, Daniel Camargo, a decoração será distribuída ao longo de toda avenida e pontos estratégicos da cidade, destacando a decoração com iluminação direcionada para alguns pontos decorados. Foram colocados mais de cinco mil jogos de lâmpadas natalinas por toda aérea central da cidade, transformando e dando um colorido especial para o natal em cores.

Além da decoração com enfeites nas avenidas, a SETUR também projeta uma grande árvore de Natal com 10m de altura, formada por 130 pinheirinhos artificiais e enfeitada com 260 jogos de lâmpadas natalinas que estará flutuando no Lago no Parque Aldeia do Imigrante e com certeza será uma atração a mais para os turistas que vierem para Nova Petrópolis. ‘‘O ponto principal da decoração continua sendo as luzes e os papais-noéis das profissões o palco principal será na Praça das Flores que vai receber os grandes espetáculos como, por exemplo, Jovem Guarda, Família Lima, Kleiton e Kleidir, e a Família Fagundes, aliando os eventos locais como é o caso das Meninas Cantoras da Serra Gaúcha, e os grandes corais adulto e infantil, bem como a orquestra de sopros e o grupo de Metais.

O objetivo de investir em eventos nacionais, segundo Camargo é destacar o Natal e Nova Petrópolis no cenário nacional com um evento colorido e musical que leva a magia do Natal a todas as idades e a religiosidade sempre presente, com isto vamos movimentar a economia local, confirmou ele. Os eventos são totalmente gratuitos, e para isto os organizadores buscam patrocínios junto às empresas para que todo o projeto seja executado. Ao todo serão 45 dias de evento.

Mais informações sobre o município: www.novapetropolis.rs.gov.br

Rozangela Allves

Assessora de Comunicação Nova Petrópolis

www.novapetropolis.rs.gov.br

54-3281-8400

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Programação Natal em Cores 2008 – Nova Petrópolis / RS

Local: Praça das Flores

16 de novembro - 20h 30min - Domingo

- Mensagem Ecumênica - IECLB

- Orquestra de Sopros de Nova Petrópolis

- Orquestra de Viola Caipira Sul Rio-Grandense



23 de novembro - 20h 30min - Domingo

Festival de Músicas Natalinas:

- Grupo de Violinos de Nova Petrópolis

- Show: Mauro Harf de Novo Hamburgo

- Meninas Cantoras de Nova Petrópolis



30 de novembro - 20h 30min – Domingo: Início do Advento

Abertura Oficial:

- Show: Natal Anos 60 com a Jovem Guarda (Wanderlea, Vanusa, Wanderley Cardoso)



07 de dezembro - 20h 30min – Domingo

- Mensagem Ecumênica - Igreja Católica

- Grande Coral Misto Adulto de Nova Petrópolis com a participação do Grupo de Metais



12 de dezembro - 20h 30min - Sexta-Feira

- Show: Especial de Natal com a Família Lima



14 de dezembro - Domingo

- 19h: Dia da Bíblia - Equipe Ecumênica

- 20h: Chegada do Papai Noel

- 20h 30min: Mensagem Ecumênica, Grande Coral Misto Infantil de Nova Petrópolis com participação do Grupo Allegro e Grupo Vocal Acordes



17 de dezembro - 20h30min - Quarta-Feira

- Baile beneficente com Elena Pellenz e Luciane mais Bandas convidadas

Ingresso: R$ 1,00 + 1 brinquedo ou R$ 1,00 + 1Kg de alimento não-perecível

Local: Sociedade Cultural e Recreativa Tiro ao Alvo



19 de dezembro - 20h 30min - Sexta-Feira

- Show com a dupla Kleiton & Kledir



21 de dezembro - 20h 30min - Domingo

- Orquestra de Sopros de Nova Petrópolis

- Auto de Natal – Grupo Teatral Luz & Cena

- Meninas Cantoras da Serra Gaúcha



23 de dezembro - 20h 30min - Terça-Feira

- Mensagem Ecumênica: IECLB

- Orquestra de Teutônia



28 de dezembro - 20h 30min - Domingo

- Show: Natal Gaúcho com a Família Fagundes

31 de dezembro: das 22h à 01h - Quarta-Feira

- Reveillon com espetáculo Pirotécnico e Banda Lavanda.

OBS: Toda a programação está sujeito a alterações sem aviso prévio, em caso de chuva, os eventos acontecerão no Centro de Eventos.



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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A COROAÇÃO DA MPB

Os festivais da canção exibidos por emissoras de TV entre 1966 e 1968 seduziram o público, abriram alas para o tropicalismo e mudaram o significado da expressão “música popular brasileira”

Celso Masson, com reportagem de Cristina Mucci



Houve um momento em que o Brasil inteiro cantava. Nas escolas, nas ruas, campos e construções. Geraldo Vandré ainda não havia sequer rascunhado os versos em que falaria de flores, mas o país caminhava, dançando conforme a música.

Eram sambas, marchinhas, bossas, modas de viola. Até iê-iê-iê se assoviava. Nem o golpe militar de 1964, que mal havia mostrado todos os dentes, parecia capaz de estancar o ânimo dos brasileiros para a cantoria.

As melodias ocupavam bares, teatros, o rádio e a televisão. Nas grandes cidades, onde a força da TV já se impunha, o povo se dividia entre “disparados” e “bandidos”, os fiéis torcedores daquilo que realmente importava: “A Banda” ou “Disparada”.

Qual canção merecia vencer? Era outubro de 1966, e o júri convocado pela TV Record, temendo uma tragédia, decidiu pelo empate.

Venceu Chico Buarque de Holanda com “A Banda”, cantada por Nara Leão. Venceram também Geraldo Vandré e Théo de Barros com “Disparada”, interpretada por Jair Rodrigues.

Mais que uma disputa, foi uma festa - e com trilha sonora da melhor qualidade. A cultura dos festivais da canção se consolidava naquela final, tão eletrizante quanto justa. Começava ali um novo ciclo da música brasileira, cujo apogeu criativo se daria no ano seguinte.

Em 1967 entrou em vigor a Lei de Segurança Nacional, em que a ditadura militar apertava o cerco sobre o país - entre os crimes previstos estava o de “guerra psicológica”, no qual poderiam ser enquadrados aqueles que discordassem publicamente do governo. Mesmo assim, uma safra raríssima de compositores e intérpretes não se intimidou.

Foi à TV em outubro defender com sangue, suor e lágrimas um repertório capaz de mudar o país. “Ponteio”, “Domingo no Parque”, “Roda Viva” e “Alegria, Alegria” foram as quatro primeiras colocadas em um festival que chegou ao fim com Roberto Carlos na quinta posição.

Ainda hoje, a força daquele momento reverbera nas canções que o tempo não cala. Mas, se parece inimaginável que Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Edu Lobo possam competir entre si, o fato é que 40 anos atrás isso aconteceu. Foi exatamente assim que nasceu a MPB.

Da TV para o disco
É verdade que a sigla para “música popular brasileira” já existia àquela altura. Ela batizava inclusive o grupo que acompanhou Chico Buarque em “Roda Viva” e outras canções, o MPB-4. Só que as três letrinhas serviam para abreviar um baita nomão, que soma dez sílabas e que era usado indistintamente para todo tipo de música cantada no país, da chula dos pampas ao baião nordestino.

Tudo o que não fosse erudito era música popular brasileira. A chegada da geração de compositores da qual hoje faz parte o atual ministro da Cultura, Gilberto Gil, deu outro significado àquela sigla. Produto de seu tempo, a MPB se depurou intuitivamente a partir da convergência dos vários elementos sonoros que perpassavam todo o cancioneiro nacional. Até que virou um gênero autônomo.

Ao contrário de significar qualquer coisa, a MPB tornou-se, na segunda metade dos anos 60, um estilo bem definido em termos de música e letra. Uma sonoridade tão identificada com a cultura popular que pôde tomar esse nome emprestado.

Tão além do regional que fez sucesso em todo o país. Era música. Era popular. Era brasileira.

E foi legitimada junto ao público graças ao sucesso das canções apresentadas nos festivais de 1966 e 1967. Com eles, em vez de chegar ao público pelo rádio, a música entrava na casa das pessoas pela TV, e só depois pelo disco.

Junto com cada nova canção vinha a imagem de uma época: Elis Regina com seus braços ensandecidos subindo e descendo enquanto cantava “Arrastão”; os Mutantes em figurino psicodélico; Sérgio Ricardo e sua famosa “violada” no auditório. Aquilo era excitante, transgressor.

Mesmo que o termo tenha ficado datado, a forma da MPB urdida naqueles festivais dura até hoje. Que outra nomenclatura poderia servir à obra de Djavan, à de Lenine ou à de Chico César? O que eles fazem, ainda que a partir de influências distintas, é MPB, e deriva em grande parte daquele som que se cristalizou nos bastidores da TV Record em fins dos anos 60. Disso não há dúvida.

O que pouca gente sabe, contudo, é que quem nos presenteou com a invenção da MPB foi Solano Ribeiro, o homem por trás dos festivais e que com eles se confunde. Sua vida está contada na autobiografia Prepare seu Coração. O livro explica, entre outras coisas, como a TV foi fundamental para que o Brasil conhecesse o melhor de sua música. Mais ou menos o oposto do que ocorre hoje.

O maior ibope
A televisão abriu espaço para a música porque ela dava audiência, como já havia ficado claro em programas como Brasil 60, apresentado por Bibi Ferreira na Excelsior, e O Fino da Bossa, com Elis Regina, na Record - o maior sucesso da TV naquela época. Mas o casamento, mesmo por interesse, foi feliz.

A música, da velha à jovem guarda, conseguiu ocupar seu espaço na telinha. Isso ficaria ainda mais evidente quando o produtor Solano Ribeiro, que trabalhava na Excelsior, teve a idéia de reproduzir a fórmula já consagrada na Itália pelo Festival de San Remo, do qual Roberto Carlos havia sido vencedor, em 1968, com “Canzone per Te”.

Ao contrário do italiano, o festival de Solano não teria qualquer participação das gravadoras ou editoras de música. “Minha estratégia era colocar no mercado uma porção de músicas, cantores, cantoras e conjuntos musicais, e as gravadoras que se servissem, de acordo com a sua agilidade e competência”, recorda Solano. Bastou essa sacada para renovar radicalmente a música brasileira.

O festival era a grande oportunidade para que novos talentos pudessem “se vender”. Mas sua contribuição para a música foi bem maior. A TV, querendo ou não, virou a plataforma de lançamento da tropicália, que jamais teria feito o barulho que fez se ficasse longe das câmeras.

Por mais que Caetano e Gil tenham entrado para a história como criadores daquele movimento, o tropicalismo não existiria sem algumas das cabeças que trabalhavam nos bastidores dos festivais, entre elas o próprio Solano Ribeiro, além dos maestros Júlio Medaglia e Rogério Duprat.

Foi Solano quem deu um empurrãozinho para que Caetano compusesse “Alegria, Alegria”, como ele mesmo recorda: “Eu tinha uma visão clara da música no Brasil e no mundo. O rock dos Beatles e dos Rolling Stones estava aí. Por outro lado, vi que a música brasileira precisava sair do binômio mar/campo. A juventude estava ligada no mundo urbano, até nas cidades do interior do Brasil, onde havia vida universitária. Percebi que a música precisava de temática urbana”, diz.

“Em um encontro com Caetano, falei para ele que era preciso inventar uma nova estética. Dias depois o Guilherme Araújo, que o empresariava, apareceu e disse: ‘Meu querido, você não acredita. O Caetano fez uma música sensacional, coerente com tudo o que você disse. O nome é ‘Alegria, Alegria’”.

O refrão, que indaga “Por que não? Por que não?” foi o ponto de partida para o que viria depois. Mas o choque que a canção representou começava logo nos primeiros acordes, escritos pelo maestro Júlio Medaglia.

“A grande surpresa no arranjo de ‘Alegria, Alegria’ era o fato de ser uma marcha-rancho bem convencional tocada por instrumentos eletrônicos”, explica o maestro. “Quando o Caetano entrou com aquelas guitarras elétricas, o público vaiou imediatamente.

Só que no decorrer da música ele convenceu - e acabou aplaudido.” O mesmo não aconteceu no festival do ano seguinte, quando Caetano apresentou “É Proibido Proibir” e foi vaiado do começo ao fim. “O Caetano foi vanguarda”, afirma Júlio Medaglia. “Sua postura no festival de 1968 representou uma tomada de posição importantíssima.
O tropicalismo significava uma abertura para todos os tipos de linguagens, de idéias e de componentes não-musicais que integrariam a música brasileira a partir dali. E a ala mais reacionária, inclusive dos estudantes, estranhou aquilo tudo.

Esse reacionarismo fora do comum deu ainda mais força para o movimento, a ponto de Caetano encerrar sua apresentação com aquele discurso tão contundente, resumido na frase ‘Se vocês forem para política como são para estética nós estamos feitos!’”

Ainda que as grandes controvérsias, inclusive no palco, tenham eclodido no festival de 1968, que durou dois meses, entre novembro e dezembro, o de 1967 permanece cotado como o mais importante do ponto de vista musical. As canções nele apresentadas continuam no gosto popular, e a audiência da Record ainda é a maior de todos os tempos: com 97 pontos no Ibope, a final entrou para o Guiness Book e nunca mais foi superada.

A participação de Solano Ribeiro e Júlio Medaglia na definição do que viria a ser a MPB não se limitou a encorajar Caetano Veloso para que hasteasse a bandeira tropicalista. Junto com os demais jurados dos festivais, coube a eles fazer a triagem do que merecia espaço na TV e o que deveria ficar de fora.

A pré-seleção das canções inscritas foi feita na edícula da casa em que Júlio Medaglia morava com os pais, num pequeno espaço transformado em estúdio. “Naquele quartinho é que nós fazíamos as análises. Ninguém sabia que a gente estava lá. O assédio em relação ao júri do festival era tão grande que só dessa forma nós podíamos trabalhar sossegados”, afirma Júlio, recordando que seu pai costumava servir caipirinhas para animar os trabalhos. Os jurados eram, entre outros, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Roberto Corte Real, César Camargo Mariano e Amílton Godoy, “gente de primeiríssima qualidade”, como diz o maestro.

Com milhares de canções para ouvir, essa turma teve o mérito de fazer uma seleção inquestionável. Claro que muita gente chiou por ter sido descartada - e a Record, considerando o apelo dos que se diziam injustiçados, fez um festival só com os desclassificados.

Um dia após as canções dos “sem festival” terem sido apresentadas, o Jornal da Tarde estampou na capa a manchete definitiva: “O júri tinha razão”. Quase 40 anos depois, o veredicto continua valendo.

Aventuras na História

Fonte: Blog do IZB - blog.zequinhabarreto.org.br/2008/04/09/a-coroacao-da-mpb/ - 45k